sexta-feira, 23 de outubro de 2009

arazãodetodaessa.frieza


Eu sou uma pessoa fria. Sou uma pessoa fria cercada por pessoas quentes. Mornas. Sem temperatura. Cercada por pessoas que esperam sempre um pouco mais de mim. Um abraço, um sorriso, uma palavra amiga.

Sou fria como o gelo. Mas eu não nasci assim. Eu sou a única daqui de casa que rejeita carinho. Genético não é. Eu fui me empedrando aos poucos. Eu fui me acomodando com cada momento triste da minha vida que eu tive que sofrer sozinha. E me acostumei. Me acostumei a sofrer calada, me acostumei a não incomodar.


É dai que vem toda essa minha frieza. De momentos que eu precisei falar e não pude.

As pessoas pensam que não, mas eu já sofri demais. Sofri e não pude contar pra ninguém. Questão de princípios.


Até ontem eu só sabia que eu mudei. Hoje eu sei o por que. A cinco anos eu uso uma máscara bem diferente daquilo que eu era.
Mas eu me acostumei com essa baita máscara. Ela já não me incomoda mais. Hoje eu prefiro assim. Eu nem me lembro, ao certo, como eu era.


Do dicionário: Desengraçado, insípido. Insensível, falto de paixão. Assustado. Inerte. Desanimado, sensaborão. Cruel, rude, insensível à compaixão. Reservado, pouco expansivo. Pausado, grave, sério.


Sei lá. Talvez não seja questão de frieza, talvez seja apenas praticidade.

Ta bom assim.



Eu sinto muito, eu sinto tudo.
Eu sinto muito se eu sinto tudo.

(Transcrito do blog, escrito em: 15/08/2009)