terça-feira, 31 de março de 2009

Sempre evitei as reuniões bebísticas (?) do meu pai, sempre fui de cara feia e vontade de sair correndo. Hoje não foi diferente. Cheguei toda chatinha, cumprimentei e dei de cara com uma jovem especial, com síndrome de Down. Meu preconceito inevitável me deixou um pouco sem jeito até que ela veio se apresentar dizendo o seu nome e logo contando que estava namorando e que estava muito feliz e apaixonada. Achei uma graça! Ela me disse que cantava e dançava na igreja; dançou pra eu ver, cantou, colocou os pés atrás da cabeça mostrando que suas juntas eram molérrimas e me fez babar e ter inveja de sua felicidade estonteante. Ela me disse que seus maiores sonhos é se casar, trabalhar muito e ser cantora. Sim, cantora! E ah, atriz também! Me disse que quer aprender a tocar violão, que ama o Kaká e torce pro Vasco.

É triste escrever isso, mas eu, na minha ignorante cabecinha, acho que pensava que pessoas especiais não tinham sonhos e não podiam ser felizes. E bem, depois de hoje reconheci que eles são mais felizes que qualquer um de nós, ditos 'normais'. Aprendi muito com ela. Aprendi a admirá-la como nunca admirei ninguém. E agora eu oro e torço muito pra que ela, de fato, se case com o seu namoradinho e seja feliz cantando e atuando nem que seja no banheiro e em frente ao espelho.
'Eu quero' era algo que ela repetia em quase todas as suas frases, no fim ou no começo, sempre. Eu quero, eu quero, eu quero. E não, acredito que não seja ambição. É vontade mesmo, vontade de crescer e ser! Aprendi mais essa e não vou me esquecer.

Ser feliz é simples e fácil.

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